O brise, antes visto apenas como barreira contra o sol, ganhou nova relevância com a arquitetura contemporânea, que busca unir eficiência ambiental e expressão estética. Hoje, tornou-se recurso associado ao equilíbrio entre conforto climático e sofisticação visual, presença marcante em projetos de alto padrão.
O conceito vem do brise-soleil, explorado por Le Corbusier no modernismo europeu, mas voltou à cena em um contexto atual de sustentabilidade e design integrado. Nas últimas décadas, o uso se multiplicou em edifícios residenciais e corporativos, onde a valorização estética das fachadas se alia à redução no consumo de energia.
O que é brise e por que ele é usado em fachadas?
Um brise é um elemento arquitetônico instalado em fachadas para controlar a entrada de luz solar, reduzir o calor interno e valorizar o design do edifício.
Seu funcionamento é simples: lâminas verticais, horizontais ou móveis filtram a incidência solar, criando conforto térmico sem bloquear a ventilação natural. Além do desempenho climático, o brise também se tornou recurso de design funcional, capaz de dar identidade ao projeto e transformar a fachada em uma assinatura visual.
Por isso, é cada vez mais adotado em construções residenciais e corporativas, principalmente em empreendimentos de alto padrão que buscam aliar sofisticação, sustentabilidade e bem-estar para quem vive ou trabalha no espaço.
Os principais tipos de brises
Existem diferentes modelos de brises, cada um idealizado para responder a condições solares específicas e traduzir um estilo arquitetônico próprio.
Assim, entender essas variações ajuda a compreender como eles atuam tanto no desempenho térmico quanto na estética da fachada:
1. Brise vertical fixo
Indicado para fachadas voltadas a leste e oeste, filtra o sol em ângulos mais baixos e traz conforto térmico nos períodos de maior calor. Cria ritmo visual marcante e pode ser feito em alumínio, madeira ou concreto.

2. Brise horizontal fixo
Usado em fachadas voltadas ao norte, funciona como marquise leve, bloqueando o sol quando ele está mais alto. Mantém a iluminação natural e reforça linhas horizontais, favorecendo projetos minimalistas e contemporâneos.
3. Brise móvel
Com lâminas ajustáveis, manuais ou automatizadas, permite controlar a luz e a ventilação conforme a necessidade. Gera dinamismo à fachada e cria jogos de luz e sombra que mudam ao longo do dia.

4. Brise metálico perfurado
Composto por chapas que deixam a luz atravessar de forma filtrada, entrega privacidade e cria padrões visuais únicos. As perfurações podem ser personalizadas, transformando a fachada em um painel artístico.

5. Brise de vidro
Solução contemporânea que combina transparência e leveza com proteção solar. Recebe tratamentos como serigrafia, jateamento ou películas, permitindo reduzir o calor sem perder luminosidade ou vista para o exterior.

6. Brise verde
Estruturas que sustentam vegetação trepadeira ou vasos suspensos, formando jardins verticais vivos. Além de sombreamento natural, contribuem para o microclima urbano, renovam o ar e trazem frescor às fachadas.

Vantagens para quem mora em um prédio com brises
Em edifícios, o brise altera a forma como o morador sente os ambientes. Da temperatura agradável à privacidade sutil, seus efeitos são percebidos no dia a dia de quem vive em espaços planejados com esse recurso.
| Benefício | Experiência do morador |
| Conforto térmico | Apartamentos mantêm a temperatura equilibrada mesmo em horários de sol forte. |
| Economia de energia | Menos uso de ar-condicionado e iluminação artificial ao longo do ano. |
| Privacidade com leveza | Protege dos olhares externos sem comprometer a luminosidade natural. |
| Estética sofisticada | Fachadas ganham identidade arquitetônica que valoriza o imóvel. |
| Sustentabilidade prática | Aproveitamento da luz natural e redução de consumo energético. |
| Bem-estar contínuo | Atmosfera mais saudável, arejada e agradável para viver. |
Exemplos e tendências em projetos sofisticados
O brise se tornou assinatura em edifícios porque imprime sofisticação às fachadas e melhora a qualidade de vida nos interiores.
No cenário internacional, alguns ícones da arquitetura já exploraram esse recurso: o Palácio da Assembleia de Chandigarh, projetado por Le Corbusier na Índia, ajudou a popularizar o brise-soleil.
O Institut du Monde Arabe, em Paris, projetado por Jean Nouvel, utiliza brises metálicos móveis inspirados na cultura árabe, criando efeitos dinâmicos de luz.

No Brasil, a tradição modernista também abraçou o elemento — de Brasília às capitais litorâneas, muitos edifícios públicos e privados adotaram o recurso como parte da linguagem arquitetônica.

Hoje, novas interpretações ampliam seu alcance: modelos móveis que mudam a aparência da fachada ao longo do dia, metálicos perfurados que projetam sombras decorativas e soluções verdes que integram vegetação à arquitetura.
Essas versões fazem do brise um elemento que combina eficiência ambiental e impacto estético, consolidando-o como referência em projetos contemporâneos pelo mundo.
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