A cidade acorda diferente. As ruas se vestem de expectativa, os cafés murmuram em mais idiomas que o habitual, e mesmo o ar parece carregado de ideias prestes a ganhar forma. Milão, que já é um símbolo de estilo e sofisticação o ano todo, vira palco de algo maior: uma convergência criativa onde design, moda, arte e arquitetura falam uma só língua, a da inovação com propósito.
Durante uma semana, os olhares do mundo se voltam para o Salone del Mobile e o Fuorisalone. O que se vê ali é um exercício coletivo de imaginação: como será o morar do amanhã? O que desperta desejo hoje? Quais materiais contam histórias que queremos viver?
Em 2025, o protagonista desse novo capítulo foi o vidro. Sim, o mesmo vidro que conhecemos há séculos — agora ressignificado, moldado por mãos artesãs e envolto em aura poética. De instalações flutuantes da Hermès à delicadeza esculpida das jarras da Dior, ele reaparece com leveza, cor e transparência, assumindo uma narrativa que vai além da estética: a do sensível, do essencial, do que se revela sem precisar gritar.
E quando marcas de luxo colocam o vidro no centro de suas coleções, é uma afirmação de tempo, de valores e de desejo.
O retorno do vidro: leveza, arte e desejo por transparência
Tendências surgem de olhares atentos ao mundo e se alimentam de comportamentos que, silenciosamente, se repetem até se tornarem evidência. O vidro voltou ao centro do design porque estamos — mais uma vez — buscando aquilo que é puro, essencial e duradouro. Num contexto global em que a sofisticação pede menos ostentação e mais sensibilidade, o vidro encaixa-se com precisão como a escolha derradeira.
Entre os corredores de Milão, grandes marcas revelaram por que o material ganhou nova relevância. A Hermès, por exemplo, usou-o para construir atmosferas sensoriais: jarras em vidro soprado, mesas com base de placas coloridas e caixas que escondem luz e cor — tudo pensado para tocar, surpreender e emocionar.
A Dior seguiu caminho parecido, mas com foco escultural. Em parceria com Sam Baron, criou vasos inspirados na icônica ânfora do Miss Dior, resgatando o gesto artesanal com vidro moldado à boca, numa homenagem ao tempo e à memória.
Sim, o vidro transmite valores. Transparente por natureza, tornou-se símbolo da clareza que buscamos nas coisas. Leve, sustentável e atemporal, ele reflete a nova ordem do luxo: um luxo que sente, que conecta, que respeita.
Outro fator por trás desse ressurgimento é a redescoberta do artesanal. Técnicas como o vidro soprado manual, o uso de camadas pigmentadas, cortes a frio e fusões texturizadas permitem que cada peça seja única.
Quando combinadas com outros materiais — couro, madeira, metal — criam composições que narram histórias táteis. Em tempos de produção acelerada, o que é feito à mão carrega um valor quase espiritual.
E há ainda a questão da cor e da luz. O vidro colore os ambientes com leveza, amplia espaços de maneira sutil, filtra a luz de forma quase mágica. Ele toca os sentidos com delicadeza, despertando sensações que o olhar sozinho não explica por completo.
Como aplicar vidro na decoração de interiores
O vidro encanta nas vitrines de Milão, mas também pode ter lugar garantido dentro de casa — e não só em peças assinadas. Incorporar esse material é mais simples (e versátil) do que parece. O segredo está em explorar seu poder de transformar ambientes sem pesar no visual.
1. Móveis com base ou tampo de vidro
Mesas de jantar, laterais ou de centro com tampo de vidro são clássicos atemporais. Combinadas a estruturas metálicas ou de madeira, ganham um ar contemporâneo e elegante. Além disso, deixam o ambiente mais leve visualmente e ajudam a destacar tapetes ou pisos especiais.
2. Divisórias internas e portas de correr
Vidros canelados, fumês ou jateados funcionam como divisórias sutis entre cômodos, criando transições suaves sem comprometer a luminosidade. São ótimos em projetos que valorizam a integração — entre sala e cozinha, por exemplo — mantendo a sensação de amplitude.
3. Objetos decorativos
Vasos, luminárias, castiçais, bandejas. Itens em vidro colorido ou transparente ajudam a compor cenários sofisticados com pouco esforço. Peças em vidro soprado artesanal, em especial, adicionam um charme artístico à decoração.
4. Tampos e prateleiras
Em banheiros ou áreas de serviço, o vidro é funcional, fácil de limpar e ainda ajuda a manter o espaço visualmente leve. Prateleiras de vidro também funcionam bem em closets e cozinhas planejadas, oferecendo suporte sem interferir na estética.
5. Iluminação com vidro translúcido
Abajures, pendentes e luminárias de teto com globos ou cúpulas de vidro espalham uma luz difusa que transforma o clima dos ambientes. As versões com acabamento âmbar ou fumê são perfeitas para trazer aconchego.
E talvez o mais importante: o vidro combina com tudo. Vai bem com madeira clara ou escura, conversa com tecidos como linho e veludo, e também contrasta de forma elegante com metais. Ele aparece, mas não disputa. Tem presença sem excesso.
Um olhar nacional: o vidro também está ganhando espaço no Brasil
A influência do design internacional não para em Milão — ela atravessa oceanos e chega, em pouco tempo, aos interiores mais ousados e sofisticados do Brasil. Por aqui, o vidro também começa a conquistar arquitetos e incorporadoras que buscam aliar elegância à funcionalidade.
O movimento é discreto, mas já visível. Projetos residenciais de alto padrão estão adotando o vidro como elemento central em áreas comuns, em detalhes arquitetônicos e até na composição de mobiliários assinados.
As divisórias caneladas entre ambientes, os tampos de mesa translúcidos e as luminárias esculturais em vidro têm aparecido com frequência crescente em mostras como a CASACOR e em portfólios de escritórios como Studio Arthur Casas, Triptyque e Marília Veiga.
Acima da estética, o apelo à transparência conversa com valores em alta: leveza, sustentabilidade e personalização. Combinado a materiais brasileiros como madeira tauari, couro natural ou mármore nacional, o vidro se transforma em peça-chave para criar espaços sofisticados sem perder o vínculo com o contexto local.
Empreendimentos Auten: onde o essencial encontra o extraordinário
Na arquitetura incorporada pela Auten, cada detalhe é um convite ao sentir. E entre escolhas que privilegiam o bem-estar, a luz natural e a integração com o entorno, o uso do vidro surge como assinatura silenciosa — mas poderosa.
Em projetos como o Terrace Serra do Japi, o vidro vai além das janelas amplas com vista para a mata e varanda gourmet com painéis transparentes. A transparência vira linguagem, compondo com o verde da Serra do Japi e reforçando a sensação de continuidade entre o dentro e o fora.
O uso do vidro é uma escolha consciente. Ele traduz o sofisticado, feito de matéria e intenção. Um requinte que vê beleza na luz que se espalha sobre o chão, na transparência que aproxima as pessoas, no reflexo que transforma a rotina em ritual.
É nesse caminho que a Auten segue: criando espaços que não apenas abrigam, mas também emocionam.
Explore os projetos da Auten e descubra como o vidro pode transformar seu modo de viver.
